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Publicação coloca Betim no centro do mundo científico
A pesquisa "Soroprevalência para SARS-CoV-2 em residentes de Betim, MG, 2020" foi validada cientificamente no último dia 7, a partir de sua publicação na revista suíça Frontiers in Microbiology. O estudo científico, que foi realizado por servidores do SUS Betim entre os anos 2020 e 2021, teve como foco identificar a circulação e a expansão do coronavírus em nível municipal, bem no início da pandemia, e contou com a colaboração da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por meio do Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas (LABI/UFMG).
De acordo com a coordenadora do trabalho, Ana Valesca Fernandes, uma pesquisa adquire validade científica somente após ser revisada por pesquisadores da respectiva área de investigação (a chamada revisão por pares) e publicada em um veículo de credibilidade. "Nosso estudo foi considerado uma pesquisa de alto nível, tendo em vista, entre outros critérios, o rigor metodológico com que fora feito. A Frontiers é uma revista muito respeitada e considerada de alto impacto e importância no meio científico", explica.
Ana relata que, desde sua publicação, o artigo científico Seroprevalence, Prevalence, and Genomic Surveillance: Monitoring the Initial Phases of the SARS-CoV-2 Pandemic in Betim, Brazil, já teve 593 acessos. "A sensação que nós, trabalhadores do SUS Betim, experimentamos é a de termos superado nosso papel de servir a população local na área da saúde, na medida em que esse estudo se torna acessível para o mundo", comemora.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Augusto Viana, esse trabalho foi fundamental para nortear as ações da administração municipal no enfrentamento à pandemia da COVID-19, desde a identificação dos primeiros casos da doença. Ele destaca o contexto em que a pesquisa teve início. "Fomos pioneiros em Minas Gerais e um dos primeiros municípios brasileiros a realizar uma pesquisa populacional sobre sequenciamento genético do coronavírus (SARS-CoV-2)", informa.
O secretário acrescenta que a iniciativa não partiu, como de praxe, de uma universidade ou de centro de pesquisa e sim do SUS, com a colaboração de outra instituição pública, a UFMG, sendo inédita em nível nacional considerando seu objeto de estudo e dimensão.
O professor Renam Pedra, coordenador do LABI/UFMG, reforça a importância da iniciativa no sentido de que ela possibilitou identificar a prevalência do vírus nas regionais do município, acompanhar a expansão do contágio da população, identificar quais cepas circulavam à época e traçar o perfil epidemiológico dos pacientes internados. "Além disso, a pesquisa possibilitou identificar pacientes assintomáticos, ou seja, positivos para a COVID-19, sem nenhum sintoma e com altíssima carga viral, o que potencializa a capacidade de transmissão do vírus", esclarece.
Ana Valesca informa que a segunda fase da pesquisa está em andamento e objetiva monitorar as variantes do coronavírus identificadas em residentes de Betim, com quadros moderado e grave da COVID-19. "Iniciamos essa fase em março de 2021. Nossa amostra, desta vez, não é populacional, é de conveniência, ou seja, coletamos material biológico de pacientes internados. O objetivo agora é fazer um estudo a partir do cruzamento da cepa identificada e o perfil epidemiológico dos pacientes infectados. Ana esclarece que esse perfil inclui dados sobre a existência de comorbidades, se o paciente foi vacinado contra a COVID-19, se precisou de suporte respiratório durante a internação, além de outros como, sexo, idade, profissão e escolaridade.
Um relatório preliminar mostra a eficácia das vacinas. O professor Renan esclarece que a eficácia delas pode ser constatada quando se observa que 75% dos participantes que precisaram de internação são pessoas não vacinadas ou com o esquema vacinal incompleto. Por outro lado, ele alerta: "as pessoas vacinadas que contraem a COVID-19 tendem a evoluir sem sintomas ou para a forma leve ou moderada da doença, desenvolvem uma carga viral menor, em função da ação do imunizante presente no organismo, mas continuam transmitindo o vírus. Por isso, a importância de mantermos o uso de máscara, higienização constante das mãos, entre outros cuidados, a fim de evitar a contaminação de mais pessoas, a mutação do vírus e sua propagação", orienta.