Serviço de captura é realizado pelo Grupamento do Meio Ambiente da Guarda Municipal
Sagui, tatu, saruê, jabuti, cobra, papagaio, tucano e outros tipos de pássaros silvestres não eram vistos com frequência em grandes centros há alguns anos, mas o aumento do desmatamento e o avanço nas construções de grandes edificações têm provocado mudanças no comportamento de animais silvestres, que estão migrando, cada vez mais, para áreas urbanas. Essas mudanças estão associadas à busca por abrigo e alimento, mas, por não estarem em seu habitat natural, esses animais acabam chegando em residências, empresas, lojas e sítios. Foi o caso de um saruê que encontrou guarida em uma lixeira de uma empresa em Betim. Em outra corporação foi encontrada uma capivara, que também estava em busca de alimento e precisou ser capturada.
Em Betim, o Grupamento de Meio Ambiente da Guarda Municipal (GMA) realiza o serviço de recolhimento dos animais silvestres. Todos os profissionais são treinados para efetuar o resgate e o manejo dos bichos em segurança. Além disso, o GMA é munido de equipamentos como gaiolas, pinção, ganchos e puçás, por exemplo, o que garante a integridade física dos animais.
De acordo com o GMA, durante o inverno o número de capturas cai, isso porque os animais ficam mais reclusos, mas na temporada de calor, em que a incidência de chuvas aumenta, os animais recorrem mais às áreas urbanas. Para se ter ideia, foram recolhidos, em 2021, cem animais silvestres. No ano seguinte, o registro aponta para 127, ou seja, um aumento de 22%. E, de janeiro a junho deste ano, foram recolhidos 32 animais. “Os animais resgatados machucados são direcionados à organização social parceira Asas e Amigos e, após recuperados, voltam à natureza. Aqueles que por algum motivo não conseguirem mais viver em seu habitat natural, permanecerão na entidade e receberão todo o cuidado, carinho e atenção”, conta a subinspetora do GMA, Ana Cândida.
Os bichos saudáveis, após avaliação veterinária, voltam de imediato para a natureza. Eles geralmente são soltos na região da Fazenda Serra Negra, no Jardim Recreio Alvorada e nos arredores da represa Várzea das Flores. Em caso de captura de serpentes, elas são enviadas para a Fazenda Experimental da Fundação Ezequiel Dias, onde são produzidos os antídotos para a picada do réptil .
Os animais mais capturados fora de seu habitat natural são os saruês. “Embora eles estejam em busca de comida, nós orientamos a não alimentá-los e, principalmente, não tentar quaisquer interações, pois tratam-se de animais silvestres, eles podem atacar e mais, transmitir doenças”, alerta a inspetora.
Vale ressaltar que o cidadão que encontrar algum animal nas proximidades de sua residência não deve tentar matar ou afastar o animal. A orientação é ligar para o GMA, por meio do telefone 153. Somente uma guarnição preparada pode retirar o animal do local em segurança.