Betim participa da 19ª edição da Primavera dos Museus, evento nacional promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que ocorre de 22 a 28 de setembro de 2025 com o tema “Museus e mudanças climáticas”. Na cidade, a programação será marcada pelo encontro “Águas da Memória: enchentes, chuvas e resistências”, que será realizado na próxima quinta-feira (25) às 19h, no Centro de Memória Luiz Verganin (rua Emilo Ribas, 300 - Colônia Santa Isabel). A atividade é aberta ao público.
O encontro nasce como um convite à reflexão coletiva sobre a relação histórica da comunidade com as águas, especialmente em um tempo em que os desafios ambientais se tornam cada vez mais urgentes. A proposta é revisitar memórias de enchentes e catástrofes ambientais e, ao mesmo tempo, evidenciar as formas de resistência e reconstrução que marcaram a experiência de populações que vivem às margens dos rios.
Além do resgate das memórias, a atividade pretende fomentar debates sobre questões atuais e futuras do Paraopeba, que comprometem não apenas a biodiversidade, mas também a continuidade das tradições culturais ligadas às águas. Mais do que um debate, a iniciativa pretende ser um espaço de escuta e construção coletiva, em que a memória das águas se transforma em ferramenta de conscientização e mobilização social.
O encontro também busca valorizar o papel dos povos tradicionais de matriz africana, que reconhecem no Rio Paraopeba um espaço sagrado, fundamental para suas práticas religiosas, espirituais e culturais. Para essas comunidades, o rio é mais que um curso d’água: é elo de pertencimento, espiritualidade e resistência, que conecta gerações e reafirma identidades.
“O Centro de Memória, reconhecido por sua importância histórica, é o cenário ideal para esta atividade aberta ao público, que acolhe moradores, pesquisadores e gestores culturais para dialogar sobre memória, meio ambiente e resistência. A Colônia Santa Isabel, fundada às margens do Rio Paraopeba, é um exemplo marcante para os povos. Desde a sua origem, a comunidade aprendeu a lidar com a força das águas - águas que moldaram a paisagem, o cotidiano e as histórias de vida de seus moradores”, destaca o superintendente municipal de Patrimônio Público, André Bueno.