A Prefeitura de Betim fechou o ano de 2025 com o inventário de mais quatro bens culturais de natureza imaterial, ampliando o reconhecimento e a preservação das manifestações culturais que integram a identidade do município. O trabalho foi desenvolvido pela Superintendência de Patrimônio Cultural da Secretaria Municipal de Cultura e teve os estudos aprovados na última reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural de Betim, realizada neste mês de dezembro.
Os novos bens imateriais inventariados são o Bloco Só Goro e Só Guaraná, o Bloco Carnavalesco Malagueta, a Quadrilha Pinga Fogo e a Sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), todos com inventário concluído em 2025. As manifestações e espaços reconhecidos representam tradições consolidadas na história social, cultural e comunitária de Betim.
Tradições que contam a história da cidade
O Bloco Só Goro e Só Guaraná, surgido de forma espontânea entre moradores do bairro Santa Lúcia, tornou-se uma expressão marcante do carnaval de rua em Betim, reunindo gerações em celebrações que valorizam a convivência comunitária e o caráter popular da festa.
Já o Bloco Carnavalesco Malagueta, do bairro Angola, é referência na manutenção do carnaval tradicional da cidade, com desfiles que resgatam marchinhas, fantasias e a ocupação festiva dos espaços públicos, fortalecendo os vínculos culturais entre os moradores.
A Quadrilha Pinga Fogo, do bairro Santo Afonso, representa a força das festas juninas em Betim. Com apresentações que unem dança, música e teatralidade, o grupo mantém viva uma tradição transmitida ao longo de décadas, reafirmando valores comunitários e a memória afetiva ligada ao ciclo junino.
A Sede da CDL, localizada no bairro Jardim da Cidade, foi reconhecida como bem imaterial por sua relevância histórica e simbólica para o desenvolvimento econômico e social do município, como espaço de memória, encontros e iniciativas que marcaram a trajetória do comércio local ao longo dos anos.
Como funciona o inventário cultural
O inventário cultural é um instrumento técnico de identificação, registro e valorização dos bens culturais do município, sejam eles materiais ou imateriais. O processo envolve pesquisa histórica, levantamento documental, entrevistas com representantes e detentores das manifestações culturais, além da análise de sua relevância para a identidade local. Com os novos itens, Betim passa a contar com 36 bens inventariados.
Em Betim, o trabalho de atualização e inventário vem sendo realizado de forma sistemática pela Secretaria Municipal de Cultura, com equipes próprias, após um longo período de pesquisas iniciadas ainda antes do último inventário geral, concluído em 2017. A metodologia considera a dinâmica das manifestações culturais, que podem se transformar ao longo do tempo, exigindo atualização constante dos registros.
Próximos passos
Com a aprovação dos estudos pelo Conselho Municipal de Cultura, os relatórios técnicos dos novos bens inventariados serão encaminhados, em janeiro de 2026, ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG), contribuindo para o fortalecimento das políticas de preservação do patrimônio cultural no âmbito estadual.
A iniciativa integra o processo de atualização do inventário cultural do município e antecede a elaboração de um novo plano de inventário, que irá ampliar o mapeamento para outras regionais da cidade, para garantir a valorização da memória, da identidade e das tradições culturais locais









