A Casa da Cultura Josephina Bento, no Centro de Betim, será palco, neste sábado (25), às 19h, do lançamento do documentário “Celso Moretti – Favela Negra”. A produção retrata a trajetória do músico e revela uma faceta pouco conhecida do artista: o criador plástico por trás da obra Favela Negra - instalação feita em papelão que materializa, em forma artística, o universo presente em suas músicas. O evento conta com o apoio da Prefeitura de Betim, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.
O documentário de 45 minutos apresenta a vida e a obra de Celso Moretti, que, aos 70 anos e com 45 de carreira, segue inovando na arte e na música. Reconhecido por sua contribuição ao reggae - gênero ao qual incorporou novas sonoridades com o subgênero “Reggae Favela” - o artista soma na carreira oito álbuns gravados, um dvd, 16 clipes oficiais e um vinil. O filme conta com direção do argentino Sebastián Gómez e produção de Ana Paula Murta.
A obra Favela Negra, que inspirou o documentário, é uma maquete artística de grandes proporções - cerca de 8 metros cúbicos - construída com papelão que retratam as comunidades urbanas. Segundo o artista, a criação é uma forma de “materializar a música”, transformando a subjetividade do som em imagem e forma. O nome da obra faz referência à realidade social apontada pelo Censo Demográfico do IBGE de 2022, divulgado em 2024: cerca de 72,9% da população que vive em favelas no Brasil é negra. A obra poderá ser visitada no Espaço Gueto, localizado na rua Leonardo Lopes Cançado, 60, bairro Bandeirinhas, aos sábados, das 15h às 20h. Também é possível agendar visitas durante a semana diretamente com o artista.
Além da estreia na Casa da Cultura, o filme será exibido novamente no próximo sábado (1º) às 19h, no Espaço Grupatum (rua Espanha, 810, Ingá).
“A impressão que tenho, mesmo depois de tantos anos de carreira, é a de que estou apenas começando. No documentário, mostro o que construí até aqui e, no dia do lançamento, fico atento aos olhares e às percepções do público, porque elas me ajudam a compreender o que continua e o que precisa mudar no meu trabalho. Estou muito feliz com o reconhecimento. O filme foi dirigido por um argentino de São Paulo que conheceu meu trabalho por meio da Ana Paula, aqui de Betim. Tenho a sensação de missão cumprida. Desde o início, minha proposta sempre foi criar algo inédito, exercitar a criatividade. Com o passar do tempo, aprendi a olhar o novo com a sabedoria da experiência - atravessando gerações, mas mantendo o desejo de inovar e fazer diferente”, destaca o artista Celso Moretti.