Betim foi uma das dez cidades brasileiras selecionadas pelo Ministério das Cidades para participar da capacitação “Urgência Climática – Implementando Soluções em Territórios Urbanos Vulneráveis”, encerrada no início deste mês. A formação, realizada em parceria com o WRI Brasil e o Lincoln Institute of Land Policy, reuniu servidores de diversos setores da Prefeitura ao longo de dois meses. O município foi o único da Região Metropolitana de Belo Horizonte a integrar a iniciativa, representando Minas Gerais ao lado de Juiz de Fora.
O curso contou com 16 encontros virtuais voltados à formação de gestores e técnicos municipais sobre soluções urbanísticas sustentáveis, infraestrutura verde e políticas públicas para mitigar os impactos da crise climática, sobretudo em territórios vulneráveis. O objetivo foi capacitar os municípios para desenvolver respostas integradas à emergência climática com base em instrumentos de planejamento urbano, gestão de risco e justiça socioambiental.
A participação de Betim envolveu uma equipe multidisciplinar composta por 16 profissionais das secretarias de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Auditoria e Controle Interno (Semaci), Superintendência de Defesa Civil, Fundação Betim e da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob). A cidade foi classificada em sexto lugar no processo seletivo, que considerou critérios como a existência de plano diretor atualizado, recorrência de áreas de risco, e liderança feminina na prefeitura ou nas políticas de ordenamento territorial.
Como parte do processo seletivo, Betim produziu um vídeo destacando o histórico do município em iniciativas sobre o tema e projetos, como o de revitalização do beco Fagundes, incluindo áreas para receberem obras de contenção de encostas e urbanização em andamento. Durante o curso, o município apresentou diversas iniciativas já em execução, como o IPTU Ecológico, o projeto Paraopeba Vivo, o programa Adote uma Área Pública, o Plano Municipal de Arborização, o inventário de gases do efeito estufa, além da criação de 12 Áreas de Proteção Ambiental (APAs), e o programa Sementes do Bem, dentre outros.
As discussões abordaram desde soluções tecnológicas e cidades inteligentes até estratégias de habitação, regularização fundiária e ações integradas em áreas de risco. A equipe de Betim pôde compartilhar os avanços que já vêm sendo implementados e, ao mesmo tempo, aprofundar o entendimento sobre a importância da atuação intersetorial na elaboração de políticas públicas para cerca de 9 mil pessoas que vivem hoje em situação de risco no município, distribuídas em 1.589 áreas mapeadas.
A secretária municipal de Desenvolvimento Urbano, Bárbara Gomes, reforça que o maior aprendizado da capacitação está na integração entre setores. “A melhor maneira de implementarmos soluções em resposta à urgência climática em territórios urbanos vulneráveis é agirmos de forma integrada, coordenada e intersetorial. Temos diversas estratégias já em curso, como o disque plantio e o programa Adote uma Árvore, e operações urbanas consorciadas, como da Via Icaivera, que preserva mais de dois terços de mata virgem, na área de expansão urbana. Tudo isso mostra que Betim já atua com responsabilidade ambiental, e essa capacitação reforça o caminho certo que estamos trilhando”, explica.