A Prefeitura de Betim concluiu, na última semana, o Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa) do mês de outubro. O estudo permite conhecer o cenário atual da infestação do mosquito transmissor das arboviroses dengue, chikungunya e zika na cidade. Segundo o resultado, o Índice de Infestação Predial (IIP) do município está em 2,5%, ou seja, a cada mil imóveis pesquisados, 25 tinham focos do mosquito. Isso significa que, neste momento, há médio risco para epidemia de dengue na cidade. Ainda segundo o resultado, mais de 90% dos focos encontrados estão nas áreas internas ou quintais dos imóveis.
O LIRAa é um método de monitoramento simplificado que permite a obtenção de forma rápida dos índices de infestação do vetor Aedes aegypti no território, bem como os tipos de criadouros predominantes. Para o levantamento, realizado entre os dias 21 e 30 de outubro, foram visitados mais de 8 mil imóveis em todos os bairros da cidade, que foram divididos em 20 estratos. As amostras de larvas de mosquitos coletadas durante as vistorias foram encaminhadas para análise no laboratório do Centro de Controle de Zoonoses e Endemias (CCZE).
Dos 20 estratos pesquisados, apenas dois apresentaram IIP igual ou menor que 1%, indicando baixo risco de epidemia. A maioria (15 estratos) apresentou índice entre 1% e 3,9%, indicando um sinal de alerta. Já em três áreas da cidade - Icaivera, Norte I e Vianópolis - os índices foram superiores a 4%, o que indica alto risco de epidemia.
Dos principais tipos de criadouros encontrados, 41,6 % foram depósitos móveis de água, como pratos de vasos de plantas, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros, materiais de construção; 19,4 % foram depósitos de água ao nível do solo (tambores e barris); e 19% depósitos e inservíveis que podem ser descartados (lixo seco, garrafas, recipientes plásticos, latas).
Com base nos resultados, os agentes de combate a endemias (ACEs) já estão atuando nos bairros Icaivera, Norte e Vianópolis, que apresentaram os maiores índices. Além disso, as ações de vistoria serão intensificadas nas áreas que apresentaram maior infestação do mosquito. Os trabalhos incluem orientação dos moradores para a eliminação dos reservatórios, distribuição de capas para os reservatórios de água e tratamento com inseticida de baixa toxicidade quando indicado. Serão realizadas também ações de educação com a população para o descarte adequado de resíduos, mutirões de limpeza e vistorias em estabelecimentos de reciclagem.
Desde de agosto de 2024, a prefeitura ampliou a força de trabalho no combate ao Aedes aegypti. Foram contratados 101 novos ACEs e oito supervisores de campo. Atualmente, o município conta com 224 ACEs e 24 supervisores de campo que estão atuando ativamente nas ações de controle da infestação do mosquito.
“Com a chegada dos novos profissionais, o trabalho de combate ao Aedes aegypti ficou mais eficiente. A presença contínua dos agentes de endemias em todas as áreas da cidade ampliou a cobertura das ações de prevenção e controle da dengue e outras arboviroses. Ainda assim, a participação da população é essencial para que não tenhamos uma nova epidemia. Os moradores devem realizar a limpeza periódica de suas casas, eliminando ou tampando objetos que possam acumular água”, ressalta a diretora de vigilância em saúde, Fábia Ariane e Fonseca.