Durante o verão, quando o clima é mais quente e chuvoso, aumenta o risco de acidentes por animais peçonhentos, que se abrigam tanto em áreas urbanas quanto rurais, e podem ser encontrados nas proximidades de casas, jardins e parques. Segundo a Vigilância Epidemiológica de Betim, esse tipo de acidente é a segunda causa de envenenamento humano no Brasil, ficando atrás apenas da intoxicação por uso de medicamentos. As ocorrências mais registradas são com animais como cobras, escorpiões, aranhas, lagartas, abelhas e lacraias.
No ano de 2022, foram registrados, em Betim, 140 acidentes por animais peçonhentos - a maioria, 88, por escorpiões. Em 2021, foram 152 registros, sendo 53 provocados por escorpiões e 30 por lagartas.
Frequência de acidentes por animais peçonhentos segundo o tipo de acidente, em Betim 2020-2022.
Tipo de Acidente |
2020 |
2021 |
2022 |
Ign/Branco |
19 |
10 |
8 |
Serpente |
8 |
6 |
3 |
Aranha |
47 |
27 |
11 |
Escorpião |
90 |
53 |
83 |
Lagarta |
40 |
30 |
21 |
Abelha |
24 |
22 |
12 |
Outros |
9 |
4 |
2 |
Total |
237 |
152 |
140 |
Fonte: SINANNET/DVS/SVE/SMS-Betim. Dados atualizados até 07/02/2023 e sujeitos a alterações
O Centro de Controle de Zoonoses e Endemias (CCZE) de Betim possui uma equipe que atua no controle de animais sinantrópicos, ou seja, os animais silvestres que conseguem se adaptar e viver junto com o homem, como abelhas, escorpiões e ratos. Os profissionais vão até o local sinalizado para fazer a busca e captura e aplicar o melhor método de eliminação, de acordo com a espécie encontrada. O CCZE pode ser acionado pelos cidadãos por mensagem via whatsapp para o número 99928-2277. Em caso de serpentes e abelhas, a população também pode acionar o Corpo de Bombeiros, pelo 193, ou a Polícia Militar Ambiental, pelo 3532-1748. Os moradores também serão orientados sobre como proceder para evitar acidentes.
Em caso de acidente, a vítima deve ser encaminhada imediatamente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima. Após avaliação médica, se for necessário, o paciente será encaminhado para o Hospital Público Regional de Betim que, desde 2019, realiza o tratamento dos pacientes com o soro antiveneno.
O que fazer em caso de ocorrência com animal peçonhento:
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Procure atendimento médico imediatamente na unidade de saúde mais próxima;
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mantenha o acidentado em repouso, deitado e com o membro acometido elevado em relação ao resto do corpo, enquanto aguarda por socorro. A vítima deve evitar correr ou se locomover por meios próprios;
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caso seja possível, e não atrase a ida do acidentado à Unidade de Saúde, lave o local do acidente com água e sabão, apenas;
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não tente sugar o local com a boca para extrair o veneno ou amarrar o membro acidentado, nem aplique algum tipo de substância, como álcool, pó de café, ervas, terra, querosene ou urina no local da ferida. Tais procedimentos não têm efeito sobre o veneno e só aumentam o risco de infecções;
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fique atento para a cor e o tamanho do animal causador do acidente, pois suas características podem auxiliar no diagnóstico e no tratamento do agravo.
Como prevenir acidentes com esses animais:
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Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros ou entre espaços situados em montes de lenha ou de pedras. Caso seja necessário, use um pedaço de madeira, enxada ou foice;
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usar camisas de mangas longas, calças, sapato fechado e luvas quando for colher frutas, realizar jardinagem ou andar por áreas de matagal;
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observar troncos, galhos e folhas de árvores, antes de tocá-los;
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examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, pano de chão e tapetes antes de usá-los;
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afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários;
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não acumular entulhos e materiais de construção;
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limpar regularmente móveis, cortinas, quadros e cantos de parede;
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vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;
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utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;
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manter limpos os locais próximos de casas, jardins, quintais, paióis e celeiros;
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evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras próximas às casas e manter a grama sempre cortada;
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limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros de muros ou cercas;
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se encontrar um animal peçonhento, afaste-se com cuidado e evite assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto, e procure a autoridade de saúde local para orientações.