A educação de Betim acaba de conquistar mais um importante reconhecimento. A Escola Municipal Aristides José da Silva, na região do Teresópolis, foi selecionada como uma das 10 instituições destaque da 3ª edição do Prêmio Escolas Sustentáveis, promovido pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e pela Fundação Santillana. A cerimônia nacional de premiação aconteceu na última quarta-feira (17), no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
Com mais de 800 projetos inscritos de todo o Brasil, apenas dez escolas foram escolhidas nesta edição e Betim estava entre elas. A E. M. Aristides José da Silva se destacou na Categoria 2 (Ensino Fundamental - Anos Finais, Ensino Médio e EJA) com o projeto “Ariponã: saberes ancestrais para um futuro sustentável”, que recebeu o título de Escola Sustentável 2025. A experiência da unidade escolar betinense será publicada pela Fundação Santillana, ligada à Editora Moderna, ampliando a visibilidade do trabalho e inspirando outras instituições do país.
O projeto
Desenvolvido com a participação de alunos, professores e da comunidade indígena Pataxó, o projeto “Ariponã” promoveu um mergulho nos saberes ancestrais e em práticas sustentáveis. Oficinas interdisciplinares envolveram a língua Patxohã, grafismos, biojoias e práticas culturais tradicionais. A iniciativa combateu o racismo ambiental e cultural, fortaleceu valores de cooperação e ampliou a integração entre diversidade cultural e preservação ambiental.
Entre os resultados alcançados estão a redução significativa de episódios de bullying, inclusão de alunos com necessidades especiais em todas as atividades, maior uso de espaços ao ar livre nas práticas pedagógicas, diminuição do uso excessivo de aparelhos eletrônicos e a redução de atos de vandalismo em áreas verdes.
O projeto também gerou inovações, como um catálogo cultural inclusivo, produzido com tintas naturais, grafismos, tecnologia assistiva e um protótipo tecnológico em parceria com o CEFET (MG). Foi desenvolvido um leitor de cartões educativos que auxilia no ensino da língua Patxohã.
Segundo a diretora da E. M. Aristides José da Silva, Ana Mércia Pereira, o projeto mobilizou toda a comunidade escolar. “O ‘Ariponã’ contou com o envolvimento total de alunos, professores e da comunidade indígena, sob a coordenação do professor Marcos Cabral de Melo e da educadora Tamikuã Pataxó. Esse reconhecimento nacional confirma que é possível transformar a educação quando valorizamos os saberes da nossa comunidade e integramos cultura, ciência e tecnologia. Ficamos em terceiro lugar. Fomos a única escola de Minas Gerais premiada, ao lado de instituições do Rio de Janeiro, Bahia, Amazonas, Pará, São Paulo e Santa Catarina. Esse resultado nos dá ainda mais motivação para continuar investindo em uma educação inovadora e inclusiva”, acrescentou.
Para a secretária municipal da Educação, Marilene Pimenta, o prêmio reforça o papel transformador da escola pública. “Ver uma escola da nossa rede reconhecida em um evento nacional dessa relevância é motivo de muito orgulho. Esse prêmio mostra que quando valorizamos a diversidade, a ciência e a cultura, oferecemos uma educação capaz de transformar realidades e formar cidadãos mais conscientes e respeitosos com o planeta.”