Artigo foi publicado em plataforma de grande credibilidade científica mundial
O último dia 9 foi significativo para o SUS Betim. É que a rede pública de saúde local contribuiu com estudo publicado nessa data, no jornal Viruses, disponível na plataforma suíça MDPI (www.mdpi.com). O artigo, intitulado "Monitoramento da Ocorrência da Variante Gama em Minas Gerais, Brasil: Um Estudo Retrospectivo de Vigilância Epidemiológica e Genômica", reúne os resultados produzidos por diversas instituições públicas e privadas, dentre elas, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) − coordenadora do estudo científico − e a Prefeitura de Betim, por meio do Núcleo de Pesquisa, órgão vinculado à Diretoria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde.
A coordenadora do Núcleo, Ana Valesca Fernandes, explica que a prefeitura pôde contribuir com o estudo ao compartilhar parte dos resultados obtidos por meio da pesquisa "Monitoramento de Variantes do Coronavírus em Betim", que foi iniciada em março de 2021, em parceria com a UFMG. "Depois de identificarmos a circulação do vírus responsável pela covid-19, desde sua introdução em Betim, no primeiro semestre de 2020, iniciamos a segunda etapa do estudo com o monitoramento das linhagens circulantes. Os dados nos mostraram o momento de entrada de cada uma das variantes e, o mais importante, as diferenças e semelhanças da evolução clínica dos pacientes infectados por cada uma, incluindo a Gama".
Ana Valesca ressalta o valor de pesquisas realizadas de forma colaborativa. "A soma de esforços em prol da produção científica no país é de suma importância para o enfrentamento de eventos como a pandemia da covid-19. A contribuição de cada instituição torna o processo mais célere e viabiliza os custos, aos cotizarmos os recursos necessários para a produção de evidências científicas".
A coordenadora do Núcleo de Pesquisa informa ainda que o monitoramento das variantes em circulação no município continua sendo feito e que os resultados dessa pesquisa serão publicados em 2023.
A secretária adjunta de Assistência à Saúde, Gabriela Campos Gonzalez, destaca a importância de tornar evidências científicas acessíveis ao mundo. “A publicação do artigo numa plataforma como a MDPI, que possui grande credibilidade no meio científico, é acessada por pesquisadores, professores, estudantes e profissionais de todo o mundo. É uma plataforma que conta com 1 milhão de artigos publicados, o que também possibilita que gestores públicos e privados da área da saúde analisem os impactos da variante Gama em níveis regionais de qualquer lugar do mundo. Permite ainda que outros estudos sejam realizados a partir das evidências científicas já produzidas".
Artigo em síntese
Minas Gerais foi escolhido como campo da pesquisa por ser o segundo maior Estado brasileiro mais populoso, com população acima de 20 milhões de habitantes e onde se observou pico de casos de covid-19 e de mortes em decorrência da doença no período de março-abril de 2021. Foi realizado, então, estudo de vigilância em 1.240 amostras positivas de 305 municípios distribuídos nas 28 Unidades Regionais de Saúde (URS) de Minas Gerais.
A variante mais comum foi a VOC Gama (71,2%), seguida da variante de interesse (VOI) Zeta (12,4%) e a VOC Alfa (9,6%). Foi identificada a predominância da Gama na maioria das URSs, mas também aglomerados de variantes Zeta e Alfa. A introdução da Gama foi estimada em 7 de janeiro de 2021, na URS Belo Horizonte, tendo em vista a abordagem de caracterização genômica. Não foi observada diferença na mortalidade entre as variantes Zeta, Gama e Alfa, por isso a importância dos programas de vacinação para prevenir casos graves e mortes durante os picos de transmissão.
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