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26 NOV 2021
Colônia Santa Isabel completa 90 anos de história
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Comemoração será marcada com diversas atividades na região do Citrolândia, durante o mês de dezembro
O dia 24 de dezembro de 2021 marca os 90 anos da inauguração da Colônia Santa Isabel, na região da Citrolândia. Construída como alternativa para o controle da hanseníase crescente no Brasil na década de 1920, a colônia recebeu pessoas com a doença vindas de diversas regiões do país, e, principalmente, de Minas Gerais. Para memorar essa época marcante da história de Betim, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, preparou uma extensa programação, com diversas atividades. As atrações ocorrem de 1º a 19 de dezembro.

O secretário de arte e cultura de Betim, Gê Rodrigues, explica que “falar da história da Colônia Santa Isabel é algo que instiga o imaginário social dos que viveram e que ainda vivem na região do Citrolândia. Através de registros, fotos e memórias de alguns de seus moradores, podemos concluir que além dos relatos tristes provocados pela doença e pela segregação dos pacientes, percebemos a ação transformadora da arte, da cultura, do esporte e da religiosidade naquela sociedade. É este novo olhar para além da doença que queremos propor ao recontar essa história para Betim”, destaca o secretário.

Confira a programação e o local das atividades em comemoração aos 90 anos de inauguração da Colônia no link.


Histórico da Colônia Santa Isabel

A solução do governo para controlar a hanseníase no início do século 20 se deu no campo da "polícia médica". Os inspetores de saúde eram treinados em detectar possíveis portadores da doença e os isolavam de maneira compulsória em colônias, eliminando risco de contaminação. Na prática, o objetivo do isolamento era proteger as pessoas sadias da sociedade e causar a sensação de que os internos ficariam bem e protegidos dentro das colônias, como garantia a escritura presente no portal da Colônia Santa Isabel “Hic manebimus optime”, que em português se traduz “Aqui ficaremos bem”.

Estabeleceu-se até a década de 1950, um estilo de vida adaptado em colônias de isolamento, onde surgiu uma estrutura social peculiar baseada na exclusão e no desconhecimento da doença. A construção de colônias autossuficientes e com algum padrão de conforto funcionava como uma contrapartida do Estado ao privar o indivíduo de sua liberdade. A perspectiva era de que, apesar de isolado, o indivíduo pudesse continuar vivendo como se estivesse na sociedade.

Ao entrar nas colônias, os asilados tiveram que reaprender a viver e a construir novas formas de se socializarem. O isolamento imposto separou os pacientes de seus familiares, além de também afastá-los de inúmeras outras pessoas de seu convívio. Assim, os pacientes tiveram que construir novos laços, identidades e espaços de sociabilidade.

Na Colônia Santa Isabel em Betim, a presença dos mais variados artistas criou uma atmosfera artístico-cultural por toda unidade. O Pavilhão Juiz de Fora, por exemplo, também nomeado Cine Teatro Glória ou Pavilhão de Diversões, possuía cassino, cinema e salão de bailes, onde se apresentavam grupos de jazz, bandas e coral e, vale ressaltar, as Escolas de Sambas. Também havia um campo de futebol e o esporte se fixou na vida da Colônia com a criação de times de futebol e basquete nos gêneros masculino e feminino.

Já a religiosidade foi inicialmente marcada pela presença do catolicismo representado pelas irmãs do Monte Calvário e os frades franciscanos. O assistencialismo proposto era visto como fator de elevação moral, de estímulo, higiene, disciplina. Mais tarde, adeptos de seguimentos protestantes e do espiritismo kardecista também foram marcantes. A presença dos religiosos era considerada um dos mais importantes serviços prestados aos doentes.

Apenas em 1962 a internação compulsória dos doentes deixou de ser regra. O avanço das pesquisas comprovou que a hanseníase não é uma doença tão contagiosa quanto se pensava. Terapias foram desenvolvidas e, em 1981, a OMS passou a recomendar a poliquimioterapia.

Somente no fim da década de 1980, com a mudança da política nacional em relação às 33 colônias existentes no Brasil, os pacientes receberam alta e os portões da Colônia Santa Isabel foram abertos.

Desde 1995, o tratamento para a doença é oferecido gratuitamente por meio do SUS. Nesse mesmo ano, em nosso país, o termo lepra e seus derivados foram substituídos por hanseníase na tentativa de reduzir o estigma milenar da doença.
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