Uma audiência pública para debater o traçado e outros impactos do Rodoanel Metropolitano foi realizada, na tarde desta segunda-feira (22), na Cidade Administrativa de Minas Gerais. O encontro foi conduzido pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade. Na ocasião, prefeitos dos municípios do Médio Paraopeba e da Grande BH - impactados diretamente pelo projeto - tiveram a oportunidade de fazer considerações sobre o projeto do Governo de Minas. O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, apresentou a proposta elaborada por Betim - que conta com o apoio de outras cidades -, destacando as diferenças entre os desenhos.
Dentre os principais pontos de divergência está o traçado do Rodoanel, que, no projeto do Estado, corta o município de Betim ao meio, gerando novos pontos de estrangulamento do trânsito já pesado das BRs 381 e 262 e, ainda, na região da Área de Proteção Ambiental (APA) Várzea das Flores - localizada na divisa entre Betim e Contagem.
Em sua apresentação, o prefeito Vittorio Medioli explicou a diferença entre as duas propostas e criticou a forma como o Governo de Minas está conduzindo as discussões sobre o Rodoanel. “Esse projeto deveria ter sido construído consultando e dialogando com os prefeitos dos municípios envolvidos. Para Betim, por exemplo, duas transposições estão previstas. Quando se fala em anel, se fala em volta, em contorno, e não em um corte ao meio. Como refazer a mobilidade urbana? Como refazer a distribuição de água, de rede de esgoto, de energia elétrica? Essa travessia destrói o que já foi construído, destrói o equilíbrio urbanístico. Já falamos e apresentamos isso de várias formas ao Estado, mas nunca fomos ouvidos”.
Ao final da audiência, Medioli ressaltou que o resultado foi “constrangedor”. “Um governo que está planejando a maior obra de todos os tempos na RMBH chega, sem consenso algum, após dez meses, em véspera de ter que tomar uma decisão é algo constrangedor. Não houve transparência. A Secretaria de Estado de Infraestrutura está repleta de advogados e não de técnicos ou de engenheiros. Há todo um critério para criar um bons negócios para as concessionárias de rodovias públicas. O dinheiro sai da população, mas quem vai ficar com o recurso dos pedágios por décadas são as concessionárias. O projeto do Estado tem muitas contas de rentabilidade, mas nenhuma dos prejuízos humanos”.