Proposta é direcionar políticas públicas contra o racismo religioso
Com o objetivo de ampliar a compreensão religiosa, cultural e também discutir a aplicação de políticas públicas que promovam a tolerância, o Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Racial de Betim (Compir) e a Comissão de Povos e Matriz Afros realizam, nesta quinta-feira (2), às 19h, o 1º Encontro de Casas de Matrizes Afros. O evento será realizado na Casa da Cultura Josephina Bento.
A proposta do encontro é levantar e cadastrar casas e terreiros que professam religiões de matriz africana possibilitando direcionar as ações e desenvolver estratégias para combater o racismo religioso, uma das principais finalidades do Conselho. Em Betim, três casas fazem parte do patrimônio imaterial do município. A primeira delas, o Terreiro Ilê Axé Babá Ode Aromim, no bairro Jardim Teresópolis, foi inventariada em 2014; o Centro de Umbanda Maria Mãe Guiné, do bairro Imbiruçu, inventariado em 2015 e, mais recentemente, a Ilê Ase Olodum, do bairro Jardim Casa Branca, foi inventariada em 2020.
Esses estabelecimentos receberam otítulo devido à importância como tradição, modos, saberes, forma de culto, e outras características que os tornam únicos no município. A Secretaria Municipal de Arte e Cultura estima que existam atualmente cerca de 20 casas em Betim.
“A prefeitura vê essa ação como algo muito importante para valorização da tradição afro-brasileira na cidade. Nós já temos alguns terreiros que são inventariados como patrimônio cultural. Essa reunião vai possibilitar um reconhecimento mais amplo das manifestações culturais e religiosas de matriz africana existentes em Betim” explica o secretário municipal de Arte e Cultura, Ubiratan Santana.
“Esse primeiro encontro busca garantir apoio para que as casas tenham visibilidade. Queremos conhecer a realidade delas, saber se elas têm estatuto, por exemplo. Muitas delas ficam na periferia e sabemos que algumas foram impactadas pelo desastre de Brumadinho e poderão ser impactadas com a construção do rodoanel. Além disso, nós temos fontes de fomento por meio das Comissões de Povos e Comunidades Tradicionais que atuam em âmbito nacional e estadual para que elas sejam atendidas pelas políticas públicas disponíveis. E ainda temos a cultura do medo, da perseguição e do racismo religioso que precisamos combater", salienta a presidente do Compir, Iracema Aparecida de Assis e Santos.
Serviço
1º Encontro de Casas de Matrizes Afros
Data: 2 de fevereiro
Horário: 19h
Local: Casa da Cultura Casa da Cultura Josephina Bento, na praça Milton Campos.